Atividades Científicas
Preâmbulo
A minha atuação científica teve início em 1995, enquanto aluna do Mestrado em Música na FMCG. Na ocasião, o compositor Celso Mojola era o professor de metodologia científica deste curso e me incentivou a participar do VIII Congresso Nacional da Federação de Arte-Educadores do Brasil – FAEB, em Florianópolis, apresentando uma comunicação. Ele não só me auxiliou na elaboração desse primeiro trabalho científico como também esteve presente na minha exposição. Boa parte da minha formação científica deve-se a este professor. Durante um bom tempo ele orientou minha pesquisa de Mestrado, corrigiu meus textos com dedicação e me incentivou muitíssimo a seguir esta vertente.
Celso Mojola, mais tarde, por um curto espaço de tempo, foi meu sócio na gerência e direção da FMCG e mesmo após a sua saída, continuou a ser meu braço direito nas questões pedagógicas e artísticas adotadas nesta Instituição. Desenvolvemos uma amizade profissional intensa que perdurou até 2010, quando a FMCG foi encerrada.
Foi sua a ideia para que eu realizasse uma pesquisa de mestrado envolvendo a Escola Municipal de Música e como tal ele me auxiliou na formatação inicial deste trabalho científico até o Exame de Qualificação realizado na Faculdade de Música Carlos Gomes. Seu background me permitiu desfrutar por muito tempo dos seus ensinamentos e conhecimentos musicais. Não posso esquecer o carinho com que esteve na minha defesa de tese na PUC. Mesmo sendo uma pessoa bastante introvertida, nunca deixou de me incentivar e auxiliar em qualquer tarefa que envolvesse a pesquisa e o ensino de música e tive esse privilégio em toda minha carreira profissional
A FMCG pôde desfrutar por longos anos de um professor extremamente dedicado, que contribuiu na formação musical de diversos alunos, realizou vários projetos, atuou em todos os cursos de graduação e na maioria dos cursos pós-graduação. Celso Mojola me auxiliou imensamente, organizando cursos de extensão, pós-graduação e concursos voltados para a área de composição, além de participar de recitais externos promovidos pela Faculdade.
Com certeza, posso afirmar que Celso Mojola foi o meu pai acadêmico. Outros se sucederam – muitos por sinal – e são esses personagens que me motivaram a orientar com carinho e profissionalismo meus orientandos e auxiliar quem quer que desejasse seguir a carreira de pesquisador musical. Embora tenhamos seguido caminhos diferentes após o encerramento das atividades da Faculdade de Música Carlos Gomes, sua lembrança é motivo de grande admiração e carinho profundo.
Não bastasse o meu aprendizado com o compositor Celso Mojola, tive um excelente orientador durante o meu doutorado realizado na PUC – o Prof. Dr. Fernando Iazzetta e o convívio amistoso com a Prof. Dr. Lucia Santaella, todos de extrema importância para o meu aprimoramento acadêmico.
Aos poucos fui direcionada a produzir trabalhos de pesquisa voltados para a performance, a educação musical e a gestão escolar voltada para o ensino profissional e ensino superior de música, tendo em vista a minha atuação profissional na Escola Municipal de Música e na FMCG.
Em 2001, a convite da Prof. Dr. Ivani Fazenda, ingressei no GEPI-PUC/SP e comecei a participar de suas aulas de interdisciplinaridade junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação- Currículo da PUC-SP.
O contato com Ivani Fazenda possibilitou-me a participação em inúmeros congressos de educação, a produção de livros, coletâneas e artigos científicos e a participação na organização de congressos nesta área dentro da PUC/SP. Sob sua supervisão dei início ao Pós-Doutorado em Interdisciplinaridade realizado no Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade (GEPI-PUC/SP), concluído em 25 de fevereiro de 2008.
O convívio com esta pesquisadora foi de extrema importância para a minha formação acadêmica e profissional. Desfrutar de sua convivência por um longo período permitiu-me remodelar integralmente a forma de ver e analisar a educação brasileira e a pesquisa em música e artes. Não se tratava de apreender novos conhecimentos, pois como ela afirma, interdisciplinaridade não se ensina, nem se aprende, ela precisa ser vivida, exercida, por isso ela revela uma nova pedagogia. Partilhar de seus ensinamentos e de sua atuação junto ao GEPI permitiu a mim consolidar um novo aprendizado. Aos poucos fui dominando a arte de relacionar a música com a interdisciplinaridade e me assumindo como uma professora de música interdisciplinar.
No GEPI tive contato mais direto com o Prof. Dr. Claudio Picollo, ligado a área de artes e, por conta disso, desenvolvemos inúmeras atividades em parceira: aulas abertas, colóquios, livros discutindo a relação da Arte com a Interdisciplinaridade, além de me tornar membro colaborador no Projeto Pensar e Fazer Arte, de sua responsabilidade.
Com a conclusão do meu Doutorado e o convívio com Ivani Fazendo e com o GEPI, minhas atividades científicas concentraram-se na participação em Congressos de Educação, Música e Interdisciplinaridade, na realização de palestras e conferências, nas publicações de livros e coletâneas, na elaboração de artigos para Revistas Científicas, na emissão de pareceres, participação em comitês científicos, em bancas de mestrado e doutorado, na orientação de mestrandos e doutorandos após o meu ingresso no Programa de Pós-Graduação em Música do IA-Unesp e minha atuação junto aos grupos de pesquisa credenciados no CNPq.
O convívio com esses pesquisadores tão importantes, permitiram cada vez mais que eu me aprofundasse dia a dia na tarefa de publicar e organizar pesquisas voltadas para a educação musical, a interdisciplinaridade e a performance.